quarta-feira, 10 de junho de 2020

Menos olhos que barriga


Cai a alça. Pisca um olho,
que ficou meio aturdido,
mas que levanta o sobrolho
p’ra se fingir divertido.

Sobe a saia. A confusão
invade agora o segundo.
Mesmo assim, ganha a razão,
depois de um suspiro fundo.

Sê discreto, tu vê lá!
Não me faças má figura,
- diz um para o outro – que eu cá
nunca perco a compostura.

E assim vai esta guerra
por dentro de cada homem…
A fome que come a Terra,
só porque os olhos não comem!

Sem comentários: